A marca Tupperware, tradicional e conhecida mundialmente por seus potes plásticos, entrou com pedido de falência nos Estados Unidos.

A empresa, que por décadas foi símbolo de inovação doméstica e empreendedorismo feminino, vem enfrentando uma longa fase de queda de popularidade, dificuldades financeiras e mudanças no comportamento dos consumidores.

O pedido foi feito com base no Capítulo 11 da lei de falências americana, mecanismo que permite a empresas em crise financeira reestruturar suas dívidas e tentar manter as operações.

“Nos últimos anos, a situação financeira da empresa foi severamente afetada pelo ambiente macroeconômico desafiador”, afirmou Laurie Ann Goldman, presidente e CEO da Tupperware Brands Corporation.

Segundo ela, a meta agora é buscar alternativas estratégicas para transformar a Tupperware em uma empresa com foco digital, investindo em tecnologia e inovação.

Apesar dos esforços de reinvenção — como a entrada nas prateleiras da varejista Target em 2022 —, a marca não conseguiu reconquistar seu espaço, especialmente entre o público mais jovem.

O modelo de vendas baseado em “festas Tupperware”, semelhante ao da Avon, perdeu força diante da concorrência moderna e das novas formas de consumo online.

Já em abril de 2023, a companhia havia sinalizado que poderia sair do mercado caso não conseguisse captar novos recursos. Meses depois, conseguiu um fôlego ao renegociar US$ 348 milhões em dívidas, reduzir juros em US$ 150 milhões e garantir US$ 21 milhões em novos financiamentos. Ainda assim, os resultados financeiros continuaram negativos.

Neste ano, a empresa fechou sua única fábrica nos Estados Unidos, localizada na Carolina do Sul, e demitiu 148 funcionários. As ações da Tupperware caíram 74,5% em 2024 e atualmente são negociadas por apenas US$ 0,51.

Apesar do pedido de falência, a empresa pretende manter suas atividades enquanto realiza o processo de reestruturação. No Brasil, a Tupperware continua operando normalmente.